sexta-feira, dezembro 22, 2006

Escrevemos um livro

Eu e as miúdas aqui da chafarica :D



Vá, toca a comprar para oferecer às grávidas da vossa vida.
[A capa é cor-de-laranja... não sei porque é que aqui sai cor-de-tijolo...]

E vai daí, olhem, bom Natal! E entrem em 2007 com os pés todos!
[Sim, vou de férias e só regresso para o ano!!!]

Beijinhos, miminhos e abraços apertadinhos :)***

terça-feira, dezembro 19, 2006

Ainda os sonhos

Sonhei que tinha recebido um e-mail do meu blogue a reclamar que estava triste, só e abandonado. E o pior é que está mesmo! Eu sou uma péssima dona de blogue (e uma péssima amiga de blogues..), mas ando a fazer tantas coisas ao mesmo tempo que, para não me esquecer de respirar, tenho que incluir o “breath in, breath out” na minha agenda…

quarta-feira, novembro 29, 2006

A missa

Estive quase para não ir. Não sabia se teria forças para o suportar. Mas precisava de me despedir, e fui.
O padre repetia o vosso nome com uma frequência que me estremecia a alma. E finalmente chorei. Ainda não tinha conseguido chorar. Fez-me bem.

segunda-feira, novembro 27, 2006

...

Ainda me custa acreditar.
Ainda me custa respirar.
Mas sei que Deus cuidará bem de vocês.

Até sempre, amigos.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Da moda

Primeiro achei que tivesse sido uma vez sem exemplo. Um devaneio daquela miúda nova do departamento comercial cujo nome ainda não consegui decorar. De regresso à redacção comentei com as minhas colegas, rematando: “Acham possível alguém olhar-se ao espelho de manhã e achar que aquilo lhe fica bem?”. Elas riram, habituadas a estes meus desabafos, mas advertiram-me: “Olha que está na moda…”. Nem lhes liguei nenhuma. Mas depois, de facto, comecei a reparar na proliferação do fenómeno. Era no café, na papelaria, no multibanco, na fila para o cinema… cheguei mesmo a ver alguns exemplos na repartição de Finanças! Elas andam aí, muito orgulhosas da sua franja arrepiadinha para trás e presa com um gancho no cocuruto da cabeça! Alguém me diz em que telenovela é que há uma heroína a usar isto? Tem que haver alguma. Uma moda assim tão feia não ia surgir do nada.

quinta-feira, novembro 23, 2006

?

Uma boa noite de sexo ou uma noite de bom sexo?

Adenda das 12:43: a dúvida, que partiu do comentário da Xana ao post de ontem, é mais semântica que outra coisa...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Como o excesso de trabalho me deixa a 300 à hora

Eu: (entrando no Departamento de Informática) Ó-H.-lembras-te-de-uma-cena-que-agora-já-não-sei-o-que-era-que-tu-tinhas-que-fazer-no-meu-computador-por-causa-daquelas-coisas-dele-ficar-todo-maluco-e-bloquear-e-mais-aquilo-de-arrastar-os-documentos-do-InDesign-e-ficar-lento-de-repente- e-que-tu-fizeste-só-uma-parte-mas-não-deu-para-fazer-tudo-porque-demorava-muito-e-eu-não-tinha-tempo-e-agora-também-não-tenho-tempo-mas-já-bloqueou-três-vezes-só-para-arrancar-e-eu-tenho-o-suplemento-todo-para-acertar-e-ainda-por-cima-perdi-a-manhã-toda-para-ir-a-uma-conferência-de-imprensa-que-meti-na-cabeça-que-era-no-CCB-mas-cheguei-lá-e-não-havia-nada-porque-afinal-era-na-Fundação-Luso-Americana-e-eu-é-que-sou-maluca-e-fui-para-o-sítio-errado-e-depois- claro-já-não-cheguei-a-tempo-mas-consegui-ficar-com-o-trabalho-ainda-mais-atrasado-mas-pronto-achas-que-podias-fazer-essa-tal-coisa-que-eu-não-sei-o-nome-na-hora-de-almoço?
O H.: (olhando para os dois colegas que, por sua vez, olhavam para mim espantados) Perceberam alguma coisa?
O P.: (um dos colegas) Eu só percebi até ao “Ó H.”…
O H.: (para mim) Se calhar é melhor deixares de beber café…


p.s.: O tempo (ou a falta dele) não me tem deixado visitar-vos. Prometo redimir-me brevemente, tá? Beijos e abraços.

terça-feira, novembro 21, 2006

Dá para crescer um bocadinho mais devagar?

Eu não me choco com facilidade. Mas hoje de manhã ouvi uma conversa entre duas meninas, na primeira fase da adolescência, quase crianças, que, sinceramente, me deixou chocada. Em que raio de mundo é que nós vivemos, afinal? Menininhas de 13, 14 anos que nem sequer sabem o que é masturbar-se, passam logo para o “vamos ver”. Ah, eu sou muito antiquada para entender estas coisas! Passar de brincar de bonecas para o banco de trás do carro de um marmanjo qualquer, assim, directo, sem passar pela casa de partida, sem receber dois contos (contos? viram como sou antiquada?), é o fim do mundo! Sou antiquada, pronto. Gosto de fases.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Spam

Primeiro era o tal do “enlarge your penis”, e eu nem tenho pénis, que isso fique bem claro. Agora é o Edmond Cusack, que todos os dias insiste: “I’m cute and bored, let’s meet”. Ora se ele está aborrecido, é porque não tem tido muita acção. E, como até é giro, essa falta de acção deve dever-se a algum problema mais... íntimo. Vai daí, como continuo a receber e-mails do meu amigo mágico que faz os pénis crescer, pensei reencaminhá-los para o Edmond Cusack e, quem sabe, acabar de vez com a vida chata do rapaz. O que acham?

terça-feira, novembro 14, 2006

E para animar um bocado...

... sei lá, vamos falar de... gravatas...?



Não sei explicar, mas há qualquer coisa nas gravatas que me alegra... ;)

segunda-feira, novembro 13, 2006

Não gosto nada que me mintam

Melhor, não gosto nada que me mintam sem necessidade nenhuma. Ou que me omitam, deliberadamente, determinadas coisas, o que no fundo vai dar no mesmo, porque, lá diz o povo, o que conta é a intenção. E o povo é que sabe.
Normalmente fico possessa quando isso acontece. Mas, quando, como agora, são os amigos a mentir-me (a omitir-me, ok, já deixámos esse ponto claro: vai dar no mesmo), fico triste. O que é muito pior. E quando não é a primeira, nem sequer a segunda vez que o fazem, fico ainda mais triste. E com a sensação horrível de que talvez a nossa amizade não seja assim tão importante para essa pessoa como é para mim... Não que o assunto seja grave. Mas exactamente porque o mentir (omitir, certo, assunto arrumado) assim, sem qualquer necessidade, num assunto tão natural, mostra falta de respeito. Ou falta de tomates. Ou, talvez até, falta de carácter.

Resumindo, estou triste.*

* E cansada, e a fechar, e a ter uma enxaqueca dia sim, dia não.

quarta-feira, novembro 08, 2006

...

Hoje fui às Finanças. Haverá coisa pior que ir às Finanças? Há: homens de calções, ténis e meias. Mas Finanças também é muito mau.

P.S.: Descobri uma outra palavra de que gosto muito: penduricalho.

segunda-feira, novembro 06, 2006

...

Quando eu for importante, vou inventar uma lei que proíba os nossos amigos de arranjar namoradas idiotas.
Enquanto a minha lei não sai, vou aperfeiçoando a técnica de aguentar o sorriso com uma grua imaginária…

segunda-feira, outubro 30, 2006

Alguém pode vir trabalhar por mim?

Há uns 15 dias foi publicado mais um estudo muito bonitinho, daqueles que não serve para nada: os cientistas descobriram que as pessoas que sofrem de enxaqueca têm o córtex cerebral mais espesso. E em que é que isso contribui para a nossa felicidade? Nicles, zero. É apenas a constatação de um facto. Claro que “eles” têm esperança de que, a partir deste dado, se possa evoluir na pesquisa de uma cura, mas para já, népia.
Se chego ao hospital a morrer de dores, enchem-me de medicamentos para as dores. Se não consigo parar de vomitar, dão-me medicamentos para parar de vomitar. Ser médico é muito fácil… Mas o que eu queria mesmo era que descobrissem uma forma de eu não voltar a passar por isto.
Embora a crise tenha sido no sábado, continuo zonza, dorida, e, o pior de tudo, estúpida. A enxaqueca tolda-me o raciocínio. Começo a sentir-me lerda uns dias antes dela “explodir”, e esse estado prolonga-se por uns dias depois, agravado pela “pedrada” dos [muitos] comprimidos. Por isso hoje estou assim, meio lenta, meio adormecida, meio drogada [sim, eu sei que não dá para ter três metades, mas é assim que me sinto, pronto! :Þ]. E com tanto trabalho para fazer...

sexta-feira, outubro 27, 2006

Deus abençoe as criancinhas!

Estamos a tentar fotografar a capa de Natal. E o miúdo não está, de todo, a colaborar.
Tive que sair do estúdio porque, além de estarem lá dentro 35º à sombra (há pessoas que acreditam mesmo que a regulação de temperatura das crianças não é igual à nossa!), acho que as minhas sugestões de que "um cinto resolve muitos problemas" ou "que tal uma pancada seca na nuca" não estavam a ser muito bem acolhidas... ;)

terça-feira, outubro 24, 2006

Có-có-ró-cóóóóóóóóóóóóóóóóóóó

Ontem, quando me fui deitar, o galo já estava a cantar a alvorada.
[Sim, eu ouço um galo - nunca o vi, mas ouço-o - na minha casa "plantada" no centro de Lisboa]
Está certo que já eram cinco da manhã, mas, ainda assim, acho que ele fez de propósito só para eu me sentir mal e para me recordar que, dali a muito pouco, teria que me levantar. Sim, porque nem os galos acordam à cinco da manhã, pois não?

P.S.: Já vos disse que tenho muuuuito sono?

segunda-feira, outubro 23, 2006

Quando eu tiver um filho...

... ele não vai ter telemóvel e o seu acesso à Internet vai ser muito limitado: salas de chat, nem pensar! Não quero o meu filho a ixkrever komo 1 imbcil.

[Nota mental: não voltar a trocar sms com adolescentes]

sexta-feira, outubro 20, 2006

A minha vida...

... só não está mais estúpida porque eu só tenho uma.
Se eu fosse um gato, a minha vida estaria sete vezes mais estúpida.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Ai, ai...

Custou-me imenso levantar da cama. E agora não me apetece trabalhar. Estou com preguiça… Já repararam que preguiça é, ela própria, uma palavra preguiçosa? Para não ter que usar dois “ésses”, optou por um “cê” com uma cauda. Esta letra sempre me intrigou. Que necessidade temos nós de usar um “cê” com defeito de fabrico? Haverá mais alguma língua que o faça [apeteceu-me mesmo escrever “fassa”…]? Os estrangeiros devem olhar para o nosso “ç” com o mesmo olhar de estranheza com que eu olho para os caracteres árabes. Mas, adiante, lá estou eu a divagar: o que interessa mesmo é que estou com preguiça para trabalhar. Quero fazer meditação, andar à chuva e comprar umas botas que vi nas Amoreiras. Quero voltar para a barriga da minha mãe.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Dos namorados

Namorar um dentista ou um empregado das finanças não é a mesma coisa [quer dizer, imagino que não seja, porque nunca namorei nem um nem outro; mas, enfim, isto é assim a modos que só um exemplo, uma maneira de dizer...]. Porque eles [homens] têm mais tendência que nós [mulheres] a misturar o que são com o que fazem, há situações cujo desfecho é directamente determinado pela profissão. Deixo-vos duas que se passaram comigo [eventualmente, é uma secção a continuar]. Contem-me as vossas histórias aí nos comentários! :)

Um jornalista da área automóvel [pequena nota para o pessoal que me conhece: não, não foi aquele que vocês estão a pensar; nem tudo na minha vida é um livro aberto :Þ]:
Algures numa posição menos… convencional dentro de um 206 [e não, eu ainda não tinha um na altura], bato com a cabeça já nem me lembro bem onde e queixo-me. Comentário dele, com um ar muito profissional: “É o utilitário mais espaçoso do mercado…”.

Um piloto da TAP:
Na minha casa, que é perto do aeroporto, quase três da manhã, os dois à conversa no sofá, ouço passar o terceiro avião no espaço de 20 minutos.
Eu: Credo, tanto barulho! Não era suposto os aviões não poderem circular entre a meia-noite e as seis da manhã?!
Ele: Se tiverem o instrumento de medição do ruído podem levantar e aterrar a qualquer hora, mesmo que… [entretanto, repara no meu olhar] O que foi?
Eu: Era uma pergunta retórica…

sexta-feira, outubro 13, 2006

Do sentimento

Poucas coisas me irritam tanto como quando me dizem: “Não podes ser tão sentimental”.
Se choro porque vi um cão morto na estrada: “Não podes ser tão sentimental”.
Se fico deprimida porque passei uma tarde no IPO: “Não podes ser tão sentimental”.
Se digo que prefiro ficar o resto da vida a pagar uma dívida que não me pertence do que meter uma ex-grande amiga em tribunal: “Não podes ser tão sentimental”.
Se recuso ver o espectáculo dos golfinhos porque me faz impressão a piscina minúscula onde eles vivem: “Não podes ser tão sentimental”.
Se tenho ganas de atropelar as mulheres que me aparecem a pedir esmola nos semáforos, com bebés ao colo ou crianças minúsculas pela mão: “Não podes ser tão sentimental”.
Se perco o sono porque jantei com uma amiga e a achei muito triste: “Não podes ser tão sentimental”.

Ora vamos lá a saber: não posso, porquê?! Houve algum livrinho de regras onde isso estava escrito que se esqueceram de me distribuir à nascença? Só sei reagir a questões que envolvam sentimentos de uma forma… sentimental! Isso é assim tão estranho?
Eu, pelo contrário, fico logo de pé atrás quando alguém se prepara para me contar uma decisão que tomou e começa por dizer “Não podemos ser sentimentais”: é garantido que vai fazer alguma coisa cruel.

terça-feira, outubro 10, 2006

Ouch!

Primeiro o Homem inventou o fogo. Depois a roda. De seguida arranjou forma de voar e, mais tarde, até pôs os pés na Lua. Diz-se. Entretanto, inventou a mini-saia, a pílula, o microondas, o sundae de caramelo, a Via Verde nos parques de estacionamento. O Homem transplanta corações, faz cirurgias ao cérebro, mas não é capaz de inventar a porcaria de uma anestesia local para quando vamos à depilação! Hellooooo?!!! Andamos com as prioridades um bocadinho baralhadas, não, senhores cientistas?!

sexta-feira, outubro 06, 2006

Urgente: globalizar justiça social, ética e humanismo*

Numa época em que os transportes e as comunicações nos permitem chegar rapidamente a qualquer lado, ou, pelo menos, saber o que passa em qualquer parte do planeta, o fenómeno da globalização começa a ganhar novos contornos. O mundo tornou-se mais transparente e o acesso à informação mostra-nos guerras travadas em nome do petróleo, ocupações ilegais que aumentam a instabilidade em vez de a diminuírem, milhões de africanos seropositivos enquanto os direitos de patentes das multinacionais farmacêuticas lhes aportam lucros chorudos e condicionam a produção de medicamentos mais baratos, emigrantes ilegais a viverem em condições sub-humanas, países pobres que vêem a sua dívida externa aumentar a cada dia porque não são livres de controlar os preços ou as taxas dos produtos que fabricam… E à medida que as imagens e os relatos nos entram pela casa, a um ritmo diário, desenvolve-se em nós uma dupla consciência: por um lado, apercebemo-nos de que somos cidadãos do mundo e que o que se passa por lá nos afecta pessoalmente, tornando a globalização num processo natural e inevitável; por outro, concluímos que esta globalização a que assistimos, assente fundamentalmente em pressupostos económicos e políticos, está deslocada, caduca.
Sabiam que há quatro cidadãos americanos que, juntos, possuem tanta riqueza quanto 43 países menos desenvolvidos, equivalendo a uma população total de 600 milhões de pessoas? Será preciso maior prova de que esta globalização está completamente fora do contexto e é, mais do que injusta, ridícula? A dominação exercida pela Europa, desde há cinco séculos, pela América do Norte, desde há um século, e pelo Japão, desde há quatro ou cinco décadas, baseada na exploração e na opressão, está fora do tempo e do lugar. Está na hora de evoluirmos. Está na hora da globalização assumir um carácter mais humano, mais consonante com o lugar que o social e o ético deveriam ocupar na agenda dos diversos governos. Antes que sejamos irremediavelmente corrompidos e nos vamos progressivamente desumanizando e ficando insensíveis à miséria e à carência.

*O livro que acabei de (re)ler ontem fez-me voltar a pensar nisto.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Vivissecção*

*Do Latim vive + sectione; dissecação anatómica feita em animais vivos com fins experimentais.

Atrocidades não deixam de ser atrocidades quando cometidas em laboratórios e apelidadas de pesquisa médica.
George Bernard Shaw


Perguntem aos vivissectores por que fazem experiências em animais, e a resposta é: "Porque os animais são como nós". Perguntem aos vivissectores por que é moralmente correcto fazer experiências em animais, e a resposta é: "Porque os animais não são como nós". A experimentação animal assenta numa contradição lógica.
Charles R. Magel


[Todos os dias são bons para nos lembrarmos que os animais podem não falar nem usar botas, mas sofrem como nós. O Dia Mundial do Animal serve para que se fale sobre o assunto um pouco por todo o lado. E este blog não podia deixar de juntar a sua voz a este grito que, felizmente, se ouve cada vez mais alto]

terça-feira, outubro 03, 2006

segunda-feira, outubro 02, 2006

Podemos fugir?*

Um dia, um mercador, em Bagdade, enviou o seu servo ao mercado para comprar mantimentos e o servo regressou quase a seguir, lívido e a tremer, e disse: “Senhor, estava no mercado e uma mulher chocou comigo e quando me virei vi que era a Morte. Ela olhou para mim e fez um gesto ameaçador. Empreste-me o seu cavalo e eu fugirei da cidade. Irei para Samarra e, aí, a Morte não me encontrará”. O mercador emprestou-lhe o cavalo, o servo montou-o e seguiu tão rápido quanto o cavalo podia galopar. Então, o mercador foi ele próprio comprar os mantimentos e lá encontrou a Morte. Reconheceu-a no meio da multidão, aproximou-se dela e perguntou-lhe: “Porque é que fizeste um gesto ameaçador ao meu servo, quando o viste esta manhã?”. E a Morte retorquiu: “Não era um gesto ameaçador, era apenas um sobressalto de surpresa. Estava espantada de o ver em Bagdade, quando tenho um encontro marcado com ele, esta noite, em Samarra”.
[Esta alegoria faz parte de um conto, cujo autor não me consigo lembrar]

*A morte é só um exemplo, claro. Refiro-me ao "destino" no geral. É que embora acredite no livre arbítrio e na capacidade de escolha, há determinadas coisas às quais, por mais que me esforce, não consigo escapar. Estão previamente definidas, ou sou eu que não me esforço o suficiente?

quarta-feira, setembro 27, 2006

Vou só ali...

... e já volto!
Segunda-feira cá nos encontramos.
Até lá, beijos e abraços :)*


(Amesterdão, Holanda)

Um ano

Faz hoje, logo mais à noite (de madrugada, para ser mais precisa).
Lembro-me perfeitamente do espanto, da surpresa, da estupefacção, do isto não pode estar a acontecer, do isto não faz sentido nenhum. Passou um ano, e ainda não sei se isto faz algum sentido. Mas aconteceu, não há dúvida. No entanto, eu não sei como viver isto que aconteceu, e às vezes tenho a sensação que isso faz com que viva uma outra coisa que não esta. Também não estou a fazer sentido nenhum, não é? Tenho alturas em que só me apetece desistir, porque viver isto exige de mim o grande sacrifício de não ter força para fazer o que devia ser feito. Mas nesta minha nova cobardia, que é assim mais ou menos como acordar de manhã na cama de um estranho, não tenho coragem de simplesmente ir.
Viver tira-me o sono.

terça-feira, setembro 26, 2006

Recordações

O café pingava do filtro para o balão de vidro, com uma lentidão desesperante. Dizias-me que tinhas aceite aquele trabalho no Brasil. Que precisavas de te afastar de mim. Que sermos amigos era muito bonito mas que a proximidade te impedia de esquecer. Acusavas-me de não te deixar seguir em frente: “Ao mesmo tempo que dizes que não me queres, brindas-me com abraços, beijos e palavras carinhosas, para me manteres o amor em lume brando!”. Eu não percebia estas palavras, e talvez por isso as tenha fixado. Não percebia o tom agressivo (se sempre tinha sido sincera contigo). Não percebia o espanto dos abraços, beijos e palavras carinhosas (se eras um dos meus amigos mais queridos). Percebia a necessidade de te afastares, mas pores um oceano de distância entre nós parecia-me excessivo. Deste-me um beijo rápido e foste. O café ficou finalmente pronto. Tinha um gosto amargo. Pensei se os grãos teriam vindo do Brasil…

segunda-feira, setembro 25, 2006

Ah, as saudades que eu tinha...

... de levar uma hora para fazer seis quilómetros! :Þ

I'm back. From outer space, ou qualquer coisa que o valha.
Muito mais descansada, mas ainda um tanto ou quanto desequilibrada [não esperavam milagres, pois não?].
As férias foram curtas, mas produtivas. Ora vejam:
*Consegui ultrapassar as cócegas e habituei-me a conduzir descalça.
*Descobri que as gaivotas não nascem já assim, grandes, feias e com uma voz horrorosa. As gaivotas-bebé são pequeninas, lindas e piam como os outros passarinhos. Foram as minhas companheiras de passeio todas as manhãs, na praia.
*Originei um incidente diplomático quando, farta de estar a ouvir uma conversa sem pés nem cabeça sobre a filha-do-homem-do-talho-que-dizem-que-anda-metida-com-aquele-rapaz-que-trabalha-lá-em-baixo-na-pastelaria-e-o-coitado-do-marido-que-é-uma-jóia-sem-saber-de-nada, perguntei às duas melhores amigas da minha mãe porque é que não se metiam na vida delas.
*Cantei aos berros, no meio da rua, com a minha sobrinha e o meu afilhado, deixando a minha irmã, o meu cunhado e os meus pais muito envergonhados.
*Fiz um calo no dedo a descascar marmelos.

sexta-feira, setembro 15, 2006

quinta-feira, setembro 14, 2006

Perguntas aleatórias sobre a fidelidade

[Porque tu continuas a julgar-me…]

“O infiel sente remorsos, o fiel sente arrependimento” - será?

Questiono-me muitas vezes se a fidelidade não é apenas mais uma das muitas coisas que sobrevalorizamos numa relação. Não me refiro à fidelidade de sentimentos, claro, porque aí parece-me óbvio que só vale a pena estar com quem quer estar connosco. Refiro-me àquela fidelidade mais… física, chamemos-lhe assim. Ou então posso deixar-me de eufemismos e chamar as coisas pelo nome de uma vez por todas: é assim tão importante que a pessoa que amamos e que nos ama de volta só faça sexo connosco? O facto de querermos estar com outra pessoa põe alguma coisa em causa na relação de amor que mantemos? Até que ponto reprimirmos um desejo forte por alguém prova o que quer que seja relativamente ao que sentimos por outro alguém? O facto de “termos vontade de” não supõe já um certo grau de infidelidade? E, caso haja, efectivamente, lugar a culpas ou a remorsos, a quem é que eles cabem, ao que trai ou também à pessoa com quem trai? Ponderar a questão da fidelidade é só da responsabilidade de quem tem o compromisso, ou também do terceiro vértice do triângulo? Uma pessoa pensar “eu sou livre e desimpedida, durmo com quem me apetecer” é legítimo, ou pura hipocrisia?

terça-feira, setembro 12, 2006

Tic, tac, tic, tac...

"O tempo é o que impede que as coisas aconteçam todas de uma vez."

Desconfio que o meu tempo se avariou...

quinta-feira, setembro 07, 2006

Hoje acordei com desejos...

... de ouvir Martinho da Vila.
Juro. Mal me levantei, fui logo buscar o CD para colocar na bolsa e, assim, não me esquecer de o levar para a redacção. Estou a ouvi-lo agora pela terceira vez... Sorte a minha que as coleguinhas de trabalho são umas porreiras! :)


P.S.: E por falar em trabalho, sim, estou cheia dele! Daí a ausência.
P.P.S.: Não sei se repararam, mas já consegui colocar os links ali ao lado. Caso me tenha esquecido de alguém, sintam-se à vontade para me enviar um e-mail a insultar-me! :Þ

terça-feira, setembro 05, 2006

Estética

O Peugeot 206 é um carro de gaja gira. E boa [sim, como os helicópteros]. É daquelas verdades de La Palice. Em 90 por cento dos casos que se olha para dentro de um, há uma mulher gira ao volante. Não combina, de todo, com uma gaja de 1,50 m, 80 quilos, calça de tecido branca com fio dental preto e top de alças igualmente branco a mostrar o umbigo! Ouviu, menina-da-minha-praceta-com-quem-me-cruzei-hoje-logo-de-manhã-pela-fresquinha?!

segunda-feira, setembro 04, 2006

Carolina

A sobrinha mais linda do mundo ;)
[3 anos]

Ao lanche, todos à mesa, depois de ela já ter comido o iogurte e a fruta:

A mãe: Queres um bocadinho de pão?
Ela (entretida a bebericar o chá): Não, obrigada, só quero chá.
O pai: E um pedaço de bolo?
Ela: Não.
Eu: Não queres só uma fatia pequenina de pão, para provares o doce de tomate que a tia fez?
Ela: Não.
O avô: E uma tostinha?
Ela: Não.
A avó: Queres um bolinho da Deolinda, que a avó trouxe?
Ela (sempre na maior das calmas, a beber o chá, sem sequer olhar para nós): Vocês sabem o que é “não”?

quinta-feira, agosto 31, 2006

Evolução da espécie?

O depósito de gasolina do meu carro está a crescer a olhos vistos: aqui há um tempo (e não tanto quanto isso), ficava cheio com 40 euros, mas agora já não se contenta com menos de 75. Ora, da última vez que verifiquei, o automóvel não era um organismo vivo… sou só eu que acho isto estranho?

terça-feira, agosto 29, 2006

O clã dos Peter Pan*

A revista britânica The Lancet propôs a abolição do termo “asma”. O dicionário refere que se trata de uma “doença, com acessos irregulares, caracterizada pela dificuldade de respirar”, mas a revista diz que a aplicação da palavra é feita de forma incorrecta e enganadora, uma vez que os investigadores entendem que a asma não é uma doença única mas sim um conjunto de sintomas com causas e características diferentes.
Vai daí, eu quero propor a abolição do termo “homem”, pelos mesmos motivos: a aplicação da palavra é feita de forma incorrecta e enganadora. É que o dicionário refere que se trata de uma “pessoa adulta do sexo masculino”, mas anos e anos de investigação feminina ainda não conseguiram encontrar um único exemplar que se comporte, efectivamente, como um adulto.


*É o título de um livro que me ficou na memória. Não sei de quem, nem onde, nem como, nem porquê.

segunda-feira, agosto 28, 2006

E outros em que acho...

... certíssimas as palavras desta canção:

Save the night, save the day
Save the love, come what may
Love is worth everything we pay


(I want to spend my lifetime loving you – Tina Arena e Marc Anthony)

Dá para ser um nadinha mais coerente???

sexta-feira, agosto 25, 2006

Há dias em que acredito mesmo nisto

“Todo o amor do mundo não foi suficiente porque o amor não serve de nada.”
(José Luís Peixoto, citado pela
Marta, no Fuck them all)

quinta-feira, agosto 24, 2006

Da colecção “Como é possível viver sem saber isto?”

A formiga destronou o camarão. É verdade. Ouvi de manhã na rádio e tinha que partilhar convosco. O novo recorde de velocidade no reino animal foi estabelecido por uma pequena formiga, que, imagine-se, dá dentadas a uma velocidade superior a 200 km/h. Quem não gostou muito da notícia foi o camarão que detinha o recorde do mais rápido [partia conchas a uns míseros 90 e poucos km/h], que reagiu de forma despeitada: “Isso de dar dentadas é muito fácil, eu queria vê-la era a abrir uma amêijoa!”.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Boazinhas e boazonas

Li o título na capa de um jornal [não me recordo qual], referente ao regresso da Neli Furtado: “De boazinha a boazona”. E surgiu-me a dúvida: uma exclui a outra? Quer dizer, uma gaja não pode ser, simultaneamente, boazinha e boazona? Tenho um amigo que divide o sexo feminino em “mulherzinhas” e “mulherões”, definindo as primeiras como aquelas com que todos os homens sonham casar, enquanto se divertem com as segundas. E surge-me outra dúvida: as mulherzinhas são boazinhas e os mulherões são boazonas?

terça-feira, agosto 22, 2006

Reencarnação

Não sei se foi do computador, que tem andado um bocado epiléptico e de vez em quando tem uns espasmos, ou se foi uma cena qualquer do blogger, o facto é que o Sorrisos aos molhos desapareceu, eclipsou-se, puff!, sumiu!
Depois de alguns entendidos nestas coisas tecnológicas se terem debruçado sobre o assunto, concluiu-se que não havia nada a fazer. A respiração boca-a-boca não resultou, as massagens cardíacas também não. O óbito foi declarado às 11:32 deste dia 22 de Agosto de 2006. Este Sorrisos aos molhos que agora inicio é a reencarnação absoluta do anterior, mantendo intactas todas as características da sua alma bloguista.
Em memória da sua vida anterior, refira-se que nasceu no dia 16 de Março de 2005, às 17:28 e que recebeu, até ontem, 87 281 visitas [que irei juntar às estatísticas, uma vez que isto é exactamente o mesmo blog]. À medida que for tendo tempo prometo recuperar os links da barra ali ao lado.
E a modos que é isto... A reencarnação do Sorrisos aos molhos acontece, oficialmente, agora.