quinta-feira, setembro 14, 2006

Perguntas aleatórias sobre a fidelidade

[Porque tu continuas a julgar-me…]

“O infiel sente remorsos, o fiel sente arrependimento” - será?

Questiono-me muitas vezes se a fidelidade não é apenas mais uma das muitas coisas que sobrevalorizamos numa relação. Não me refiro à fidelidade de sentimentos, claro, porque aí parece-me óbvio que só vale a pena estar com quem quer estar connosco. Refiro-me àquela fidelidade mais… física, chamemos-lhe assim. Ou então posso deixar-me de eufemismos e chamar as coisas pelo nome de uma vez por todas: é assim tão importante que a pessoa que amamos e que nos ama de volta só faça sexo connosco? O facto de querermos estar com outra pessoa põe alguma coisa em causa na relação de amor que mantemos? Até que ponto reprimirmos um desejo forte por alguém prova o que quer que seja relativamente ao que sentimos por outro alguém? O facto de “termos vontade de” não supõe já um certo grau de infidelidade? E, caso haja, efectivamente, lugar a culpas ou a remorsos, a quem é que eles cabem, ao que trai ou também à pessoa com quem trai? Ponderar a questão da fidelidade é só da responsabilidade de quem tem o compromisso, ou também do terceiro vértice do triângulo? Uma pessoa pensar “eu sou livre e desimpedida, durmo com quem me apetecer” é legítimo, ou pura hipocrisia?

39 comentários:

Cláudia Cunha disse...

Perguntas sem respostas... :-)

bisgóia disse...

Já que é um tema muito na moda, e as pessoas que praticam swing. O que têm a dizer sobre a fidelidade? Se a infidelidade for consentida pelo parceiro, pode considerar-se infidelidade?

S.A. disse...

Valha-te deus mulher! Tu colocas as coisas de uma forma que, mesmo que tenhamos uma opinião contrária, depois de ter ler vacilamos...
Falo por mim claro...

Zuza disse...

acho tão hilariante dizer-se que a culpa nunca é só de quem trai, mas também de quem é traído!!! a culpa, aqui, nunca morre solteira :PP

(hilariante fui eu, tipo cusca mesmo, a clicar em cima do "tu" para ver de ia dar a algum lado!!! :SD)

bisgóia disse...

BAHHHHHHH eu fiz o mesmo!!!!

Anónimo disse...

grandes conversas que ja tive sobre este assunto, a fazer exactamente as mesmas perguntas para concluir que cada um tem as suas respostas mais certas em teoria do que na pratica e completamente incompativeis com as de quem estamos na altura.

portanto, desta salgalhada que eu para aqui escrevi, consigo dizer que o que importa, afinal, não é a fidelidade ou a infidelidade mas a concordancia de sentimentos em relação a este assunto numa relação.

eu acredito nisto. se calhar ainda tenho muito que aprender.

PortoCroft disse...

Como sou sempre o "terceiro vértice do triângulo", que se lixem os cornutos. :)

Anónimo disse...

Ser fiel é uma opção, não é um sentimento. E tem que ser uma escolha consciente e voluntária.

Sentir atracção ou desejo por outra pessoa que não seja o/a companheiro/a, não significa infidelidade, por si só.

Rosa disse...

Cláudia Cunha,
Elas hão-de ter uma resposta. Eu é que não sei qual é! E não sou a única, 'tá visto! ;)

Bisgóia,
Hummm... A essa até eu sei responder: se há clareza e honestidade, não há infidelidade.

Ana Sousa,
Por acaso não és a primeira a quem isso irrita! :D

Zuza,
Isso é mais uma questão para o molho. E pertinente, também. A minha pergunta, no que respeita às "culpas", tinha mais a ver com a terceira pessoa, aquela com quem a "traição" é consumada.

Ana,
Eu acredito que cada um tenha as suas, e era isso que queria que partilhassem comigo! ;)

TTlantra,
Óra aí está uma resposta esclarecedora! :)

Zeni,
Ena! Isso é que são certezas!

elisa disse...

Olha escrevi uma data de coisas mas não conseguia passar o que acho. Só sei que nada sei também se aplica ao amor e aqui fica a letra da Daniela Mercury, que acho que pode ajudar;):

Meu bem não chore
O nosso amor não acabou
Só porque alguém olhou pra mim
E me dedicou tudo de bom
Só porque alguém me desejou
E parece que eu correspondi
Só porque alguém me quis feliz
Só porque alguém me conquistou

O amor não é seu
Não é meu nem de ninguém
O amor só quer amor
Não importa de onde vem
Não é mal nem é bem
O amor ninguém mandou
O amor não é meu
Não é seu nem de ninguém
O amor não é meu
Não é seu nem de ninguém

Não tem cheiro, não tem cor
Nem é servo de ninguém
É por isso que na dor
Também pode haver amor

O amor não é seu
Não é meu nem de ninguém
O amor não é seu
Não é meu nem de ninguém

Xuinha Foguetão disse...

Acho que da forma que colocaste as perguntas, dá para perceber que já tens as tuas próprias respostas.

Beijocas

pp disse...

Rosinha, eu cá já me fiz essa pergunta vezes sem conta e por acaso estava quase a escrever um post semelhante a este.
Para mim o amor não implica exclusividade fisica...ou vice-versa. Acho que estamos mais agarrados a uma questão social e cultural do que a outra coisa qualquer. Porque raio é que haveria de AMAR menos alguem só porque me envolvi fisicamente com outra pessoa...amor não é só sexo.
Agora acredito que as duas coisa juntas, amor e sexo, é o ideal.
Depois, no meio disto existem ainda as regras do "jogo" aceites por ambas as partes...o compromisso, e quanto a isso eu acho que se deve respeitar esse (seja ele qual for) compromisso.
Se eu tivesse vontade de me envolver com alguem que tivesse um compromisso com outra pessoa, sendo eu descomprometido, não vejo porque isso me deveria afectar...à outra pessoa sim poderia ou não(pelo facto de estar a enganar a outra)...lá está depende de cada um.
:)*

PS:E claro está que isto daria ainda pano para mangas...porque não podemos generalizar

Xana disse...

Amiga, sejam quais forem as respostas que acabes por encontrar para essas perguntas, não permitas, nem por um segundo, que te julguem.

Parrot disse...

Tudo é uma questão de forma....como vemos as coisas, e sentimos as coisas.

Célia disse...

Eu acho que as respostas a estas perguntas depende de que as vai responder. A fidelidade é algo em que se pode ou não acreditar e valorizar. Eu acredito e valorizo. Acho que o sexo é algo que de deve partilhar apenas com uma pessoa quando se tem um relação... Como para mim é uma componente do amor e não uma coisa à parte, faz todo o sentido que a partilhemos com que amamos.
Aceito quem pense de forma contrária... Afinal de contas cada um deve fazer aquilo com que se sentir melhor.

S 5 disse...

pode ser um cliché mas ... a fidelidade a ti mesmo, aos teus principios é que conta .. agora cada um que defina o criterio de "principios" .. Posso ter uma relação estavel e ter vontade de ter sexo com outra pessoa ... não acho que seja infiel, mas se eu estiver a ter sexo com a pessoa que está comigo e estiver a pensar noutro ao mesmo tempo ... sim estou a ser infiel.
Posso ter vontade de ter apenas sexo com uma pessoa, não significa que eu deixe de ter amor pelo meu parceiro (ihihihi) que bela palavra.

wings disse...

Roubando as palavras a uma determinada amiga minha, muito sábia, "isto das relações é uma coisa muito complicada"! ;o)

Carlota disse...

Pois que também me pergunto muitas dessas coisas, mas uma coisa eu sei, é que não posso deixar de concordar com a Xana quando diz "Não permitas que te julguem". E mais, quem o faz, muitas vezes tem que engolir esse julgamento por acabar por fazer exactamente igual.

Não sei se me fiz entender ;)

Tiago Franco disse...

Para ser sincero e sem que isto seja uma resposta "do manual",pois nestas coisas não existem regras, acho que "quando tens vontade de" é altura de parar para pensar.
Querer e não fazer, pensar e não agir em nome de algo...mas lá está, já pensaste! Normalmente, esse primeiro ímpeto é sintoma de algo e não raras vezes o início de novas etapas. Amor não é sexo, mas convenhamos, a parte física também lá está...
Honestidade,jogo limpo e tudo acaba em bem...estilo "hollywood".

andorinha disse...

"Uma pessoa pensar "eu sou livre e desimpedida, durmo com quem me apetecer" é legítimo..."
Então não é, miúda?:)
Como diz a chuinha lá em cima, pela forma como colocas as perguntas, vê-se que já tens as respostas.
Só tens que ser fiel a ti própria.
Beijinhos

nes disse...

O termo fidelidade pode ser perigoso... até porque, para mim, faz parte, ou não, da relação que estabelecemos com o outro.

Se formos fiéis aos nossos princípios e se quem nos acompanha for fiel aos seus, e ainda se a comunhão destes for pacífica, a questão não se coloca.

O problema surge quando as diferenças são incompatíveis...

Besitos

Cristina disse...

pode não alterar nada para nós...mas se for uma pessoa de quem gostamos muito a dizer-nos isso, convenhamos, custa a engolir que seja verdade....

BlueAngel aka LN disse...

Depois de te ler e de ler os comentários concluo aquilo que penso: tudo depende de quem tem de responder a essas questões e das circunstâncias em que tal acontece. Além disso concordo com quem diz que da forma como tu clocas as coisas as respostas s tornam mais fácei de encontar. Ou seja, tu clocas questões para as quaias já tens resposta. :-)

(eu tb cliquei no tu (lol) em vão obviamente)

Ana disse...

Fidelidade.. Acredito nela. Se eu sou, exijo que a outra parte o seja tmb. *

criptog disse...

Olhando para o dicionário temos (Do lat. fidelitáte-, «id.») "fidelidade conjugal": dever conjugal que consiste na dedicação exclusiva de cada um dos cônjuges ao outro.

Devo dizer que prefiro muito mais o conceito de "Lealdade", enquanto conceito de valorização e manutenção dos próprios princípios, nos quais se podem naturalmente incluir os de "honestidade", "honra", ...

O valor da fidelidade (não apenas no âmbito conjugal) surge explicitamente ou implicitamente associado a um certo conceito de exclusividade (no pensamento, nas acções, nas ligações, ...). Nesse sentido, diria que ser fiel significa ser congruente (i.e. agir de acordo) com o tipo de exclusividade que define a fidelidade em questão. No âmbito conjugal interessará obviamente ter assente (de forma implícita ou explícita) o tipo de fidelidade que um espera do outro e saber se o outro se compromete com isso. Por vezes, exclusividade poderá apenas significar ser honesto ou estar presente em pensamento ... às vezes nem isso.

Posto isto, (digo eu) poderão existir dois tipos de infidelidade: real e aparente. Na eal alguém é infiel porque não age congruentemente com a exclusividade a que de alguma forma se comprometeu. Na aparente alguém é leal para com os próprios princípios (nos quais se pressupõe ser fiel para com os seus compromissos), mas não garante a exclusividade que outro (talvez erradamente) exige de si.

Para não haver grandes confusões talvez seja interessante treinar a "frontalidade".

Tento agora responder a pelo menos uma pergunta: "O facto de querermos estar com outra pessoa põe alguma coisa em causa na relação de amor que mantemos?". Não põe em causa, mas tem alguma influência na definição dessa relação de amor. Em algumas relações os parceiros exigem uma exclusividade excessiva (obsessão, possessividade, ...), noutras são bastante mais tolerantes (exigindo por exemplo apenas honestidade), noutras são completamente alheios. Mantendo a coisa simlpes, diria que de certa forma a pergunta já contém a resposta: o facto de querermos estar com outra pessoa significa exactamente que queremos estar com outra pessoa!

Para questionar a fidelidade do par talvez a pergunta essencial deva ser direccionada mais para o interior do par, em vez de para um terceiro!

Bem ... é o meu ponto de vista!

:)

Mafalda disse...

acho mesmo que essas perguntas até têm resposta: têm é uma resposta diferente em função da tua situação no momento e, se for caso disso, em que vértice do poligono (sim, dizer que é um triângulo pode ser redutor...) é que te encontras. neste momento não penso trair (nem mesmo em pensamento) e não iria aguentar se fosse traída!

Xana disse...

Este post faz-me lembrar um filme. "La fidelité". Já viste?

guga2004 disse...

Oh pá que post tão complicado para 1 6ª feira. Eu acho que devemos seguir o que o nosso corãção disser, o resto logo se vê.

bjs Sandra

FFreitas disse...

Perguntas muito difíceis para uma sexta de manhã!!

Apenas te digo uma coisa: eu ficava mais que piursa se o meu marido me traísse! Não sei se lhe perdoava...
É tudo o que sei dizer do assunto!

Anna^ disse...

Se calhar,consoante a posição que se ocupa no triângulo,a questão da fidelidade tem certamente pontos de vista muito diferentes.
Quanto ao resto,olha,cada cabeça sua sentença!

beijinho

MIN disse...

terreno pantanoso.....

al disse...

grande tema... parabéns

Grande dilema já pensei muito sobre este tema, primeiras conclusões, temos que identificar aquilo que nos afecta em termos religiosos, segundo temos que transcender o nosso ego e o nosso orgulho. é fácil ? não. Ainda hoje luto não só para este tema como para outros, mas pelo menos já identifiquei o problema e ainda por cima vivemos numa sociedade que se baseia neste alicerces. Ajuda também vêr aqueles programas dos animais a nossa base está lá, nós só acrescentamos umas florzinhas.

Alba disse...

Rosa, estas perguntas podem ter respostas diferentes, (até) da mesma pessoa, em momentos diversos da vida. Muitas vezes depende do lugar que ocupamos na situação, por isso a introdução do "terceiro vértice" do triângulo torna as questões ainda mais complexas. Posso também dizer-te que, muitas vezes, "os que julgam" são aqueles que nunca estiveram em determinados contextos menos gratos, ou que estando "lá" não disfrutaram como desejariam... Enfim, como todos sabemos, importante é mesmo a nossa paz interior, por isso, devemos tentar agir de forma a não recairmos sob os nossos próprios julgamentos (severos, na maioria das vezes). E sobretudo amar-mo-nos incondicionalmente. A nós próprias. Isso ajudará a saber perdoar ou saber libertar quando fôr caso disso. Um beijinho e bom fim de semana.

Teresa disse...

Tantas perguntas difíceis... ;)

P. disse...

sou a 1a a defender a liberdade, digo k a cd "casal" cabe essa decisao, mas tb digo que nao gostava dessas andanças, alias nao gosto mm! quem está comigo nao esta c mais ngm, s quiser que deixxe de estar cmg! tvz esteja a ser antiquada, mas...nao! saber que esteve com outra..nao! e nao!

Salseira disse...

Perguntas dificeis porque as respostas variam não só de pessoa para pessoa mas também na mesma pessoa em diferentes alturas da sua vida. Mas o que EU penso NESTE momento é:

- Se o casal concordar em ter outras pessoas então não é nem infedilidade nem traição;

- Se após esse acordo um dos membros do casal leva a mal o outro tre uma terceira pessoa aí há traição ao acordado;

- Num casal em que não é adnissível casos com terceiras pessoas e um dos membros do casal cai em tentação, contar tudo muitas vezes não é solução porque é apenas um alívio para quem traiu;

- Eu não gosto que a pessoa que esteja comigo tenha outras pessoas. Aceitar uma traição ou não já depende de muitos factores;

- Não pretendo ter um caso com ninguém que seja casado porque não faço aos outros o que não gostaria que me fizessem a mim. Agora, às vezes metemo-nos em situações em que nem sabemos o que se está a passar. Assim, o melhor é não criticar nem julgar ninguém!

izzolda disse...

Ui, que tema tão complexo para considerar a uma segunda-feira...pessoalmente, prezo muito a fidelidade, porque não ser fiel era não ser fiel a mim própria e aos meus princípios! Nunca fui o 3º vértice, mas acho que se ele tiver conhecimento do que se passa, também tem responsabilidade...

Romeu disse...

Ora aí está um tema que tinha pano para mangas. Não há uma verdade única nem uma fórmula a aplicar.

Creio que resistir à infidelidade e ao desejo por outrém é a melhor forma de provar que amamos a pessoa com quem estamos.

Ainda mais importante que a fidelidade é a honestidade.

Minhoca disse...

Eu concordo com o Romeu. :)
Resistir à infidelidade é a uma prova de amor. Nao resistir ao fácil nao traz felicidade, parece-me. O desejo é natural e instintivo, o passar à accao já nao é bem isso. Isso seria 'natural' se nao nos distinguissemos dos animais.
Quando se tem uma relacao baseada no amor, partir para outras paragens/aventuras é comecar a deteriorá-la. :) durante algum tempo, pode parecer que nao, mas penso que acaba por deixar mazelas.